A divulgação de troca de mensagens entre integrantes da denominada Operação Lava Jato traz a tona um hábito brasileiro muito especial, o de buscar um salvador da pátria. O de acreditar que alguém vai resolver tudo. É a história do “pai dos pobres” da época do Estado Novo, título atribuído ao Getúlio Vargas pela propaganda oficial. Foi o que tentamos fazer com o ex-Presidente Lula e agora com o auto-proclamado “enviado de Deus”, o atual Presidente. Com a Lava Jato tive a impressão de iriamos começar a entender que a salvação nacional não está nas pessoas, mas nas Instituições. Com a repercussão a este episódio do vazamento das mensagens, fica evidente que nos chocamos com o fato de que pessoas que compõe as instituições possam fazer algo errado. Lembro que no início do Governo Lula houve uma tentativa de desqualificá-lo devido ao hábito da cachaça. Só quero argumentar que independente das pessoas, de seus hábitos e defeitos, o que vale são as Instituições. Uma Presidência da República forte, Ministérios eficientes, Judiciário funcionando, e por aí vai. Aí teremos um País maduro, saído da adolescência em que vivemos. As ações pessoais, se puníveis, o são na esfera pessoal e não institucional.