QUEM SOBREVIVER, VERÁ.

A história mostra que nos momentos de fundo de poço, a engenhosidade humana encontra novas soluções e dá a volta por cima.

FECHADO PARA BALANÇO.

Você sabe como se pode auditar uma vida? Um viver, por vezes até correto, mas no geral eivado de tortos e falhas.

CLAUSURA VOLUNTÁRIA.

Apaixonado pelas pessoas, o vento grita pelas frestas, a nos lembrar que a felicidade está lá fora e não dentro das paredes da fluoxetina.

O ESPELHO OBTUSO.

É o medo de olhar no espelho e ver toda a culpa que sentimos por ter negligenciado a pessoa que amamos, mas que já não está conosco.

A FESTA DOS PORCOS.

A simplicidade possibilitava uma infância interessante e acontecimentos inesquecíveis. A pasteurização de hoje inviabiliza o inusitado.

DISSOLVIDO EM ÁLCOOL.

Antes de engolir o comprimido que lhe ofereço ela jura que me ama e que nunca mais irá beber. Eu acredito piamente nas suas juras . . . de novo.

O PESO DO CORPO.

O viver é uma labuta contínua com o próprio corpo, até nos separamos dele em definitivo.

POR UM PACOTE DE CEBOLAS.

Nasci assim mesmo, enquanto a mãe estava lá, a buscar o sabor pra polenta.

O ASSOVIO É A MÚSICA DO VENTO.

Acho que Deus criou o mundo para ter vento e o assovio ir mais longe.

UMA DÚZIA DE DEZ.

Vou comprando quilos de 700 gramas, dúzias de dez, litros de 750 ml. A matemática resolve a minha vergonha da pobreza.

VELHAS VERDADES COSTURADAS À MÃO.

As velhas verdades sempre engolem e suplantam as fake news, mesmo que o inverso pareça ser o que prevalece.

O HOMEM MAIS VELHO DO MUNDO.

Seu Josias não sabe ler papel, mas consegue ler a alma de um vivente.