Trezentas palavras para descascar a cebola do discurso político.
Passados quatro anos, outra campanha eleitoral. Campanha é feita com discurso. Na minha gestão a prioridade será a saúde, a educação, a segurança, o emprego. E uma cidade limpa. Certa vez ouvi uma candidata que, na entrevista, repetia, vai ser nossa prioridade. No final já havia elencado onze prioridades. Vai priorizar qual das prioridades?
Vamos ver, imagine que a sua prioridade hoje seja comprar uma geladeira. Como vai fazer para obter o valor necessário? Vai economizar R$ 600,00 e pagar os outros R$ 600,00 em parcelas de R$ 78,40, com os juros. Para ter os R$ 600,00 da entrada, deixa de ir à lanchonete no sábado e em dois meses tem o valor. Depois dos dois meses iniciais, você não irá à lanchonete uma vez no mês e pronto. Objetivo atingido. Isso é um planejamento, tem consistência. Senão você diria que a televisão é prioridade, o sofá, a geladeira, o carro, a bicicleta… E sabe o que iria acontecer? Isso mesmo, você não sairia do lugar. Todos os anos as prioridades seriam as mesmas.
Na gestão pública é igual, precisa de planejamento. Decidir onde vai ser gasto o recurso disponível. Se não tem planejamento, tudo é prioridade e nada é executado. Se a cada campanha, as prioridades são as mesmas, é sinal de que não avançamos.
Candidato que não sabe a real prioridade, não conhece o Município e não será um bom gestor. Mas ninguém vai se opor a candidato que apregoe priorizar áreas como saúde e educação. Facilitou!
É necessário planejamento. Um candidato que mostra qual o alvo, quais as etapas, o modo, a origem dos recursos, esse tem planejamento e pode ser um bom executor.
Quanto mais pobre a cabeça, mais a boca fala. O vazio de ideias sai pela boca. Vamos ficar ligado no discurso dos candidatos.
