Trezentas palavras para descascar a cebola do discurso político.
Representação, essa é a base da democracia. Ao votar, confere o direito de alguém falar por você. Não é pouca coisa, não é mesmo.
Qual candidato vai me representar melhor? É só verificar em nome de quem o candidato se apresenta. Se ele é do sindicato dos professores municipais, vai defender os interesses destes. São os seus interesses? Um empresário, a classe empresarial. Está ficando fácil, não é mesmo?
Caso você entenda que o município precisa investir pesado na área do esporte, resgatar a inclusão dos portadores de deficiência, melhorar as questões ambientais, o que seja, procure pessoas com essa história de vida.
Ah, o candidato está falando nisso, que vai dar atenção exatamente ao aspecto da sociedade em que eu estou pensando. Muito bem. Mas não parta daí. Vamos partir do fato dele já ter ou não feito algo nesta área.
Fuja do candidato papagaio, que repete o que ouviu por aí. Busque aquele que tem algo para mostrar. Um membro de associação de portadores de deficiência, seguramente irá atuar nessa questão. Deve conhecer, ter vivido ou ter alguma ligação com a área. Não é só um candidato que percebeu que não tem ninguém desta área e está mirando esse nicho de … trabalho? Não, nicho de votos. Depois de eleito, vai dar atenção às suas próprias preocupações.
E se no aspecto que estou preocupado, não há nenhum candidato envolvido? Neste caso, busque um grupo de pessoas que têm interesses comuns e passem a conversar com os candidatos. Possivelmente alguém que nunca viveu esta questão ficará sensibilizado e vocês poderão decidir se confiam a ele o direito de representa-los. Façam um combinado com ele, estabeleçam metas e como será a cobrança. Celebrem um pacto. Isso é perfeitamente legítimo. Você está entregando uma autorização para ele, deve cobrar a contrapartida.
Quanto mais pobre a cabeça, mais a boca fala. O vazio de ideias sai pela boca. É ficar ligado no discurso.
