ALGORITIMUS DEI.

Entregamos nossas decisões aos algoritmos. E gostamos disso!


ALGORITIMUS DEI.

Este falatório que você está ouvindo, preciso transcrever para postar no blog onde estão estas colunas todas e mais algumas viagens.

Porém, o que eu não imaginava é que seria um algoritmo a ditar como devem ser este texto.

Já que o ouvinte não se manifesta, não xinga ou mesmo critica, tampouco elogia, coloco-me a ouvir o algoritmo.

Ele me diz que preciso de subtítulos. Pois bem, lá vou eu encaixar essas pecinhas no texto.

Mas não se dá por satisfeito. Pede para inserir umas palavras de transição. Logo verifico o que são as tais palavras de transição, exemplos e tal. Por fim consigo passar de fase. também

O tal algoritmo, todo poderoso, ainda não se dá por satisfeito. Exige links internos e externos no meu texto.

Algumas exigências mais e ganho uma bolinha verde no texto. Iuhuuuu, consegui a aprovação do algoritmo.

Contudo, onde ficou o ouvinte nessa? Dançou. Então meu objetivo passa a ser o de satisfazer essa sequência de zeros e uns, a tal programação.

Mas isso não vai melhorar ou piorar em nada o mundo que conhecemos. Será mesmo?

Pois eu me pergunto se não estamos sendo comandados por alguns algoritmos. As decisões de governos, de empresas, de universidades, já não estão alinhadas às exigências dos algoritmos? Submissas.

E então, nós, os mortais, deixamos de ter importância, de ter mando, de ter vontades.

Cara, uma população de humanos desprovidos de vontade, ainda é uma população? Ou já é uma manada de animais? Ou, talvez nem isso?

Afinal, animais têm lá suas vontades. E mordem, e escoiceiam para satisfazê-las; alheios a qualquer algoritmo.


Áudio: Trabalhos técnicos de Ricardo Lima – UEL FM.

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