Pessoas são ambíguas. Possuem qualidades e defeitos. Porém um ser humano não cabe na tela de um computador ou celular.
PERSONAGEM DE FICÇÃO.
Quando um autor vai escrever um roteiro de filme ou um romance, precisa definir seus personagens. Inclusive as características psicológicas, de comportamento, ou seja, o perfil da pessoa que ele está criando. Uma coisa importante é que o personagem seja humano. Como se faz isso? Oras, sendo alguém que tem qualidades e também defeitos. Alguém que pareça real. Quanto mais ambiguidade o personagem possuir, mais verdadeiro ele parecerá ser. A ponto de odiarmos e de nos apaixonarmos por ele ao mesmo tempo.
Por que estou falando disso? Vou explicar. Pois ocorre que nas cenas da vida, no nosso cotidiano, vejo as pessoas empenhadas numa tentativa de endeusar ou demonizar personagens da vida real, como os nossos políticos, nossos indigestos dirigentes.
Você conversa com um fulano e ele só diz maravilhas do tal político. Conversa com outro e é só malhar.
E se você apontar um argumento que contradiga o fulano, é porque você é contra ele, pessoalmente. Não faz parte da tribo dele.
Por fim, juntando isso tudo, vou dizer que o problema é que as pessoas não costumam ler um romance ou até mesmo assistir um bom filme. Pois é tudo muito demorado, requer atenção. O filme demora quase duas horas, o livro tem quatrocentas páginas. Não se quer nada que passe de um minuto. Da superficialidade que sessenta segundos permitem.
Assim, não há como aproveitar a leitura e aprender que as pessoas do mundo literário e do mundo real, são contraditórias. Olhe, ser um humano é exatamente isso, ter qualidade e ter defeitos.
Então concluo que só vamos ter pessoas com capacidade de julgamento, com senso crítico, se as pessoas voltarem a ler. Ler os livros, os filmes, ler o mundo. Logo vamos entender que essa dicotomia entre o bem e o mal não é tão válida assim. Que existem muitos tons entre o bom e o malvado.