O importante não era o que ele dizia, ou o que ele nem dizia. Não tenho uma frase que o defina, mas atitudes e posturas.
AGORA DEU PRA FALAR.
Tem algo esquisito acontecendo. Vou contar. Muitas vezes ouço meu falecido pai falando. Não sei o que. É como se ouvisse a voz, mas sem conteúdo.
Isso é estranho, principalmente porque ele falava pouco. Não era de contar fatos com detalhes. Uma ou duas frases resmungadas e a história estava completa.
E agora, morto, deu pra falar.
Essa inquietação levou a constatar que sempre utilizei muito o meu pai na hora de enfrentar algum dilema moral. No momento de definir entre o certo e o errado. Mas me baseio em quê? Ele nunca falava, não dava conselhos, não se intrometia na vida alheia.
Acabo por constatar que o importante não era o que ele dizia, ou o que ele nem dizia. Quando preciso decidir algo assim ou assado, apelo mesmo é à sua atitude diante da vida.
Minha decisão fica calcada no exemplo do meu pai. É o que e como ele fazia e não o que dizia, que move minhas ações nos momentos de conflito.
Não tenho uma frase que o defina, mas atitudes e posturas.
Resumindo, estou compartilhando com você, que talvez tenha a sorte de ainda ter um pai presente na sua vida, que para mim o que importou desta convivência, cuja falta me atinge, foi o exemplo.
Agora tenho o sonho de que meu modo de ser e viver seja modelo para os meus filhos. Ah, afinal, isso seria também uma forma justa de homenagear meu pai.
Áudio: Trabalhos técnicos de Ricardo Lima – UEL FM.