A curiosidade pode transformar o desconhecido em uma palavra amiga: uma companheira.
A PALAVRA, ESTA AMIGA.
Conforme folheio o livro, tropeço em palavras desconhecidas. Interrompo a leitura e busco o significado na tela do celular.
Preciso transformar o desconhecido em um alguém. Revestir de significado esse termo que não me diz nada. Talvez uma atávica memória dos maternos ditames da infância: não falar com estranhos.
Impossível conversar com uma palavra desprovida de sentido. Muda. Assim: um termo desconhecido. Afinal, como trafegar pelas linhas do texto e conversar com palavras que desconheço?
Portanto, esse meu passeio tardo precisa conferir conhecimento ao desconhecido.
Afinal, a leitura é um procedimento de ir fazendo amigos. Ou seja, cada nova palavra torna-se minha parceira. Vai conferindo um novo significado a um pensamento, a um sentimento. E então, faz brilhar um momento da minha existência.
Por exemplo, antes o lápis anotava o significado da palavra à margem da folha.
Logo depois passei a uma lista na última página do livro. Aquela folha em branco. Ociosa e imaculada. Claro, tomando o cuidado de anotar a página de origem da palavra. Seria o endereço da palavra? Dessa nova amiga.
No atual tenho uma lista de palavras no celular. O celular, essa extensão da minha memória, do meu afeto.
Resumindo, as palavras cabem bem no mesmo cantinho do coração em que colocamos os amigos.
Áudio: Trabalhos técnicos de Ricardo Lima – UEL FM.