Se não deixamos nossos filhos livres em suas escolhas, impedimos que a humanidade progrida.
VOO LIVRE.
No momento do vestibular, meu amigo fez uma lista contendo três cursos universitários e obrigou o filho a optar entre um deles. Eram as ocupações que o pai tinha como sendo mais rentáveis e que portanto, fariam o filho feliz. Afinal não posso crer que fosse outro o objetivo desse pai, que não a felicidade do garoto.
Eu, que o conheço desde a mocidade, posso assegurar que meu amigo forçou o herdeiro a essas opções principalmente por ele mesmo não ter se realizado profissionalmente.
Pois na nossa época de universidade, ele sempre deu mais atenção às mesas de sinuca do bar próximo à faculdade do que ao quadro de giz. Mas teve sortes e conseguiu uma boa posição financeira. Ou seja, no fim deu certo. Menos pelo fato de sentir-se frustrado com sua ocupação.
Com o garoto, repete-se a cena. Agora com dois anos de formado, ainda não se encaixa no mercado e já mostra sinais de que está desistindo, igualmente frustrado.
Vamos fazer um balanço disso: podemos afirmar que está muito correto um pai diligente buscar encaminhar o filho. Ou mesmo dizer que estas escolhas pelos filhos só podem mesmo dar errado.
Porém quero levantar outra tese, a de que precisamos deixar nossos filhos livres para decidirem seu futuro. Isso inclui não projetar neles as nossas próprias frustrações.
Pois se não deixarmos nossos filhos livres em suas escolhas, impedimos que a humanidade progrida.
Se os jovens se tornarem tão apenas aquilo que projetamos para eles, o mundo não se renova, não há inovação. Segue sendo um simples continuar da geração anterior.
Ou seja, sempre iremos oferecer as opções que conhecemos lá no passado. E estamos prestes a ver dezenas de profissões serem engolidas pela tecnologia e pelos conclamados novos tempos.
No final, gosto é da imagem dos pássaros empurrando os filhotes do ninho, rumo à imensidão do vazio abaixo do galho.
Costuma funcionar bem!
Áudio: Trabalhos técnicos de Ricardo Lima – RÁDIO UEL.