Trezentas palavras para descascar a cebola do discurso político.
Realizações, é isso que todo candidato apregoa. Vai fazer isso, consertar aquilo, mais isso, mais aquilo. E agora, como faço para avaliar esse palavrório? Simples. Se as promessas de realizações são vagas, não vai acontecer nada, não tem nenhum planejamento. Vai ficar pelo caminho, engolido pela rotina da prefeitura. Se tem um plano, melhor.
Depois que assume, você já começa ouvir a conversa de que o município está quebrado, culpa da administração anterior. Agora não tem dinheiro. Verdade? Mentira, ou inverdade, ou fake, como preferir. Com a Lei de Responsabilidade Fiscal, a gestão é entregue nos conformes. Além disso, os recursos vêm mês a mês. Se existe ou não dinheiro para investir no município, depende da gestão dos recursos, não da sua existência. Existir sempre existe. O que se faz com ele é que são elas.
Um município onde mais da metade do recurso vai para folha de pagamentos, o que é a regra, além disso tem gastos definidos por lei com educação e saúde, já sobrou uma fatia pequena. Mas como é gasto o recurso da saúde, da educação? Que folha de pagamentos é essa? Se tem auditoria na folha, corta os indevidos, controla horas extras, já vai sobrando uns quebrados. Se os insumos da saúde são bem comprados, da educação, sobra um valor para investir. É nesses restinhos que se faz as melhorias. Assim fazemos nas nossas empresas, nas nossas casas. Ou alguém aí tem dinheiro sobrando em casa? Não tem, mas investe num eletrodoméstico novo aqui, uma reforma ali. Com economias. Ou seja, não tem dinheiro, está faltando gestão. O time está perdendo, troca o técnico.
No momento de ganhar seu voto, tudo vai dar certo, garantido. Depois de obtido o voto, só dificuldades. Conversa. É chacoalhar o galho que cai macaco. Às vezes cai na cadeia.
Quanto mais pobre a cabeça, mais a boca fala. O vazio de ideias sai pela boca. É ficar ligado no discurso.